Amazônia – Oceano Verde em processo de devastação

A floresta amazônica é imensamente maior do que a humanidade consegue ver nela. Além de ser a morada de inúmeras espécies, é um parque tecnológico da natureza, que funciona como depósito de carbono e um complexo vivo que forma uma poderosa e versátil usina de serviços ambientais.

A devastação através de desmatamento e queimadas na Amazônia reduz a sua capacidade de transpiração, que é o principal mecanismo que mantém o úmido o ar em movimento. São muitas as consequências desse impacto.

Segundo a teoria da “bomba biótica”, as condições ambientais da floresta amazônica levam massas de ar úmidas à América do Sul meridional, a leste dos Andes. Isso faz com que toda essa região não seja um grande deserto. As mesmas condições ambientais são responsáveis pela não criação de furacões e outros eventos climáticos extremos em toda região próxima.

A degradação ambiental na floresta amazônica já soma áreas entre 760 mil e 1,2 milhões de km2. Os efeitos resultantes, previstos em modelos há mais de 20 anos, são frutos principalmente da redução drástica da transpiração da floresta e modificação da dinâmica das chuvas devidas à fumaça e fuligem. Estudos atuais mostram que, caso o desmatamento alcance 40% da área amazônica (atualmente em 20%), uma transição da vegetação para savana será deflagrada na região, o que acabará até mesmo com as florestas não desmatadas nas proximidades.

Ações precisam ser tomadas com caráter urgente, para acabar com as causas do desmatamento e recuperar as áreas devastadas do “oceano verde”. Os esforços devem ter perspectivas de médio e longo-prazo, que devem culminar na regeneração e sustentabilidade da floresta amazônica. Sem medidas relevantes, são claros e premeditados os danos irremediáveis a que chegaremos.