Durante a Cúpula do Clima de Paris, o Brasil se comprometeu a reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, área equivalente a quase o território da Inglaterra.
Serão necessárias 8 bilhões de mudas e a área a ser reflorestada nos próximos 14 anos é equivalente aos Estados de Pernambuco e Alagoas juntos. Ainda assim, é preciso lembrar que o desmatamento não para, mesmo com o comprometimento do país em reduzir a derrubada de vegetação. Mesmo correndo atrás do prejuízo, o país perderá 20 milhões de hectares de floresta até 2030, levando em consideração a meta de derrubada de vegetação para 2020.
Ou seja, o compromisso é visto como importante e possível de ser alcançado, mas o ideal seria superar essa meta. O reflorestamento auxilia na redução de emissões de gases de efeito estufa, que contribuem para o agravamento do aquecimento global. As florestas em crescimento funcionam como sumidouros de carbono, transformando as moléculas que captam da atmosfera em biomassa.
Segundo o Observatório do Clima, o desmatamento é a principal fonte de emissão de gases estufas do Brasil, mas recuperar 12 milhões de hectares de floresta requer o investimento de até R$ 52 bilhões (R$ 3,7 bilhões por ano durante 14 anos). A empreitada, segundo o instituto, geraria 215 mil empregos e possibilitaria arrecadação de R$ 6,5 bilhões em impostos pelo governo.
A ideia é que surja uma indústria de recuperação de florestas tropicais com novas atividades econômicas, como a venda de madeira e a exploração de produtos da floresta – frutas, essências, óleos, etc. Além disso, a falta de incentivos ao reflorestamento deixa florescer a indústria do desmatamento, que expõe comunidades indígenas a ação de madeireiros.
No Acordo de Paris, que entrou em vigor neste ano, o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005 até 2030. Parte dessa tarefa é desempenhada pelas florestas, porém o primeiro ano após o acordo já foi, mas o projeto ainda não foi colocado em prática.