Apesar dos relatos de melhoria na qualidade do ar de alguns locais durante a pandemia e o isolamento social, isso não significa que a crise climática está resolvida. Ao contrário: dados mais recentes da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) mostram que os níveis globais de dióxido de carbono (CO2) estão aumentando acentuadamente.
Em abril de 2020, a concentração média de CO2 na atmosfera era de 416,21 partes por milhão (ppm), a mais alta desde o início das medições, que começaram em 1958, no Havaí. Além disso, registros do núcleo de gelo indicam que é a primeira vez que vemos esses níveis nos últimos 800.000 anos.
Esses resultados podem ser surpreendentes para aqueles que assumem com otimismo que o COVID-19 reduzirá as emissões globais totais. Embora seja verdade que o tráfego veicular e aéreo, bem como a atividade industrial, tenham sido drasticamente reduzidos na maior parte do mundo desde janeiro de 2020, esse não é o caso da eletricidade. Os sistemas de aquecimento estão funcionando como antes do COVID-19 e nenhuma das questões fundamentais mudou – como a busca por energia renovável, o uso de transporte público e o fim do desmatamento.
Isso é, obviamente, uma grande preocupação para o clima e demonstra, mais uma vez, que ações urgentes são necessárias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Para manter a média de aquecimento global em 1,5°C, precisamos zerar as emissões líquidas até 2040 – no mais tardar, até 2055.