Em um local isolado, cercada apenas por arbustos existe uma árvore solitária e especial. Localizada em Campbell Island, na Nova Zelândia, a árvore tem traços de radioatividade em decorrência de testes com bombas termonucleares feitos nos anos 1950 e 1960. E, por isso, está sendo considerada por especialistas como candidata para representar o marco geológico do Antropoceno, ou seja, do novo período da história geológica da Terra caracterizado pelo momento em que os humanos tomaram controle do planeta.
É de uma espécie cuja madeira é conhecida por ser usada na confecção de violões e se assemelha a uma árvore de Natal.
A comunidade acadêmica defende que essa árvore capturou mudanças na composição química de seus anéis de crescimento, num período em que os impactos humanos no mundo se intensificaram repentinamente e se tornaram globais.
Ao examinar a composição química da madeira, foi encontrado um aumento significativo na quantidade de carbono-14, elemento usado para determinar a idade de fósseis, na parte do anel que representa a segunda metade de 1965. Sendo um importante indicador de que as consequências das detonações nucleares que alcançaram o mundo inteiro foram absorvidas pela biosfera do planeta.
Especialistas dizem que é fundamental escolher um marco duradouro para delimitar a barreira entre o período Honoceno-Antropoceno. Seria preciso um marco para o qual os geólogos pudessem apontar daqui um milhão de anos e dizer: "lá está o início do Antropoceno". E essa é uma importante sugestão, e segundo os estudiosos, um marco geológico.