As árvores possuem um importante papel para regular o clima e as chuvas em tempos de seca e mudanças climáticas. Isso porque a arborização urbana ou mesmo as plantas de jardim podem ajudar a aumentar a umidade da atmosfera, gerar nuvens de chuva, reduzir a irritação da poeira no ar e ainda diminuir o calor.
Não é a toa que São Paulo, a metrópole de concreto, é altamente afetada pela falta de chuva em algumas épocas do ano. Existiam na cidade mais de 300 rios e, por falta de planejamento, grandes avenidas foram construídas sobre eles, asfaltando as nascentes e colaborando para falta de água.
Além disso, um levantamento feito pela SOS Mata Atlântica revelou que 79% das áreas de mananciais do sistema Cantareira, o maior da metrópole, foi desmatada. Com o desmatamento da mata ciliar, a água fica no fundo da terra e não sobe para a superfície e ajuda a aumentar o curso dos rios. Sem mata ciliar, também ocorre mais erosão e os reservatórios perdem capacidade para guardar água.
A arborização também tem a capacidade de reduzir o efeito ilha de calor, por isso, locais com poucas árvores podem ter até 14 graus centígrados a mais do que bairros mais verdes.
Atualmente, enquanto São Paulo tem 2,6 metros quadrados de área verde por habitante, o mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde é 12 metros quadrados por habitante. Além disso, o pouco verde de São Paulo é mal distribuído. Alguns bairros como Jardins e Pacaembu têm mais árvores e outros como bairros da Zona Leste e o Centro são mais desérticos.
Tudo isso prova que, mais do que cuidar e economizar água, precisamos preservar o verde e tudo que envolve o ciclo da água, e assim combater o aquecimento do clima, crises de água e todos os problemas relacionados ao mau uso dos recursos naturais.